No dia 25 de Novembro de 1993, Allen Carr escreveu uma carta ao Príncipe Carlos de Inglaterra. O propósito foi pedir o seu apoio para evitar a morte prematura de 2000 ingleses por semana e de 2.500.000 pessoas, por ano, no mundo inteiro. (Números de 1993… neste momento - 2021- são 6.000.000 de pessoas). 

Como ele não obteve resposta, decidiu escrever um livro chamado ‘Uma carta aberta ao Príncipe Carlos’ ou ‘A única maneira para deixar de fumar’ que foi publicado em 1994.

Podemos chamá-lo A BÍBLIA DO MÉTODO EASYWAY e iremos publicar resumos deste livro fantástico.

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O título do primeiro capítulo é: ALLEN NO PAIS DAS MARAVILHAS

               Foi um comentário da minha mulher Joyce que fez abrir a minha mente para considerar - de novo - uma tentativa para deixar de fumar. Já tinha tentado muitas vezes e sempre sem êxito… estava convencido que não conseguia parar. Joyce disse-me que tinha visto um documentário sobre uma família que perdeu um filho de 10 anos com leucemia. Ela disse que ficou comovida com o sofrimento, mas também com coragem dos pais. Disse que são coisas da vida e que aquela família pouco podia fazer, já que a doença não tinha cura. A seguir virou-se para mim e perguntou como é que eu achava que ela se sentia, assistindo a como eu me autodestruía com tabaco? Ela disse: “Tens noção de como estás a ser egoísta para comigo e com os teus filhos?”

Foi a palavra EGOÍSTA que abriu uma porta na minha mente e o “download” começou!

Naquele momento tinha na minha boca um cigarro ensopado com sangue, já que tinha tido uma hemorragia nasal… algo que acontecia cada vez com mais frequência. Claro que fumando entre 60 a 100 cigarros por dia, durante 30 anos, não era de admirar.

COM 54 ANOS DE IDADE, EU ESTAVA ÀS PORTAS DA MORTE!!

Acontece que naquele momento o “download” no meu cérebro tinha iniciado. A pedido da Joyce fui ter com um hipnoterapeuta e o meu filho ofereceu-me um livro sobre a história de nicotina… e o download continuou. Parei instantaneamente com facilidade no dia 15 de Julho 1983 e refiro-me a esse dia como o meu dia de independência. Quando disse a Joyce que tinha descoberto a Easyway to Stop Smoking e que ia curar o mundo de fumo, ela não quis acreditar. Mas depois de alguns meses a testar o método em alguns familiares e amigos, decidimos juntos que iria abdicar da minha profissão de contabilista, para abrir uma clínica Easyway e ajudar os fumadores a libertarem-se do vício. Dois anos depois, já não tinha mãos a medir e decidi escrever o livro “O método simples para deixar de fumar” que se tornou um bestseller a nível mundial.

No início, achei que iria ser fácil passar a mensagem, já que era tudo tão óbvio para mim. Pensava que, simplesmente ao explicar a armadilha, iria libertar qualquer fumador instantaneamente. Mas comecei a perceber que o meu processo de aprendizagem apenas tinha começado e fui descobrindo vários obstáculos:

• Que os jovens e fumadores casuais estão convencidos que estão em controlo
• Que muitos fumadores preferem o conforto da prisão e sentem medo de abraçar a libertação do vício
• Que apesar das muitas recomendações dos que tiveram êxito, muitos fumadores esperavam muitos anos para tomar a decisão vir ter comigo
• Que a maioria dos medos de fumador estão no futuro e assim a tendência é de adiar a decisão de parar de fumar

               Foi uma grande frustração viver o desprezo que recebi dos meios de comunicação, instituições de saúde e governo… três grupos dos quais pensava receber mais apoio.

Pior ainda foi descobrir que eram estes profissionais que alimentavam mais os mitos e as ilusões sobre o fumar:

• Que é um hábito
• Que dá prazer e apoio
• Que fumar é uma escolha porque o fumador gosta de fumar
• Que é difícil parar de fumar

               É com determinação para seguir esta cruzada que encerro este primeiro capítulo a responsabilizar várias personalidades conhecidas a quem pedi apoio, incluindo o Príncipe Carlos.